quarta-feira, janeiro 10, 2007

Kata: Caminhando pelo desconhecido… (4)

Bem, antes de continuar com a linha de pensamento em relação à Kata quero deixar aqui o meu agradecimento pela valiosa formação de Kata Shitei por parte dos senseis Carlos Pereira e Nuno Cardeira.

Creio que formações como estas são sempre benéficas. Foi muito agradável reencontrar velhos amigos e criar novas amizades.

Para finalizar (se lhe podemos chamar isso) …

Durante o nosso trajecto de aprendizagem/compreensão da Kata, creio ser importante reflectirmos sobre os seguintes passos:

- Numa primeira fase devemos copiar a forma que nos é apresentada, pois apenas dessa maneira poderemos memorizar toda a sequência de técnicas que nos é apresentada.
Apenas isto e nada mais.

- Na segunda fase devemos treinar a Kata a dois (Bunkai) e tornar todas as técnicas efectivas. Não aconselho grandes variações nesta altura, pois estas poderão levar o praticante a um estado de “Sloppy Technique” (é sempre bem usar estes termos em estrangeiro).
Sabiam que o Kihon que fazemos hoje em dia, não existia antes de 1920? (não é uma data exacta). O que se treinava no passado não era nada mais, nada menos do que fragmentos de Kata.

- Numa terceira fase deveríamos treinar a mecanização destes movimentos. Se calhar para maximizar esta mecanização é que um aluno aprendia no máximo dois Kata (Kaishugata), segundo a tradição de Okinawa.

- Numa última fase deveríamos estudar a mensagem que está implícita na Kata. Na minha opinião esta é a parte mais difícil, pois muitas vezes estamos presos a aplicações básicas, o que certamente nos irá limitar tecnicamente e tacticamente. Deveremos pensar que todos os movimentos têm uma aplicação, não existem movimentos mortos ou desnecessários, tudo tem um fim, tudo tem uma explicação.

O Karate servia para as pessoas se defenderem, por isso é um sistema de defesa pessoal. Quando faço uma defesa (???) não posso permitir que o meu adversário regresse para voltar atacar-me (bem, pelo menos é este o sentimento).

No entanto devemos ter algum espírito crítico.
Será que conseguimos aplicar Bunkai em combate?
Será que todas as técnicas são eficazes em combate?

Na minha opinião, SIM, no entanto isso será matéria para pensar nas postagens seguintes…

Até lá

Sayonora

2 comentários:

Anónimo disse...

obrigado a ti tb pelo triplo mortal encarpado originado por um bunkai simples da bida ;)

Anónimo disse...

Tou a curtir a brava este blog.
Aproveito para te dar os parabens pelo desenvolvimento que tens no mesmo.

Muito criativo.

"Sabiam que o Kihon que fazemos hoje em dia, não existia antes de 1920? (não é uma data exacta). O que se treinava no passado não era nada mais, nada menos do que fragmentos de Kata."

O Kion como hoje o conhecemos, aparece precisamente pela necessidade de massificação da practica em si, pelo que se passou a elaborar metodologias de trabalho para facilitar a aprendizagem das técnicas e de sequéncias técnicas.