Kyusho "A pressão"

Depois de varias tentativas, lá consegui ir ao grande estádio de Alvalade, não para ver a miséria do meu SCP, mas sim para treinar com o meu amigo, Sensei Ricardo Gama. Apesar dos “simpáticos” comentários que já teci sobre ele neste espaço, o rapazito merece o meu respeito. O meu e certamente de mais alguns.
Quando pela primeira vez reparei neste jovem, não me dei ao trabalho de lhe dar atenção, pois na altura não passava de um puto “charila” da Amadora. Com o passar dos anos e depois de muita insistência da parte dele, lá me dei ao trabalho de lhe dirigir a palavra. A partir daí reparei que afinal este rapazolas até que era um puto atinado e inteligente, dentro das suas limitações claro. Por vezes, só para impressionar, gostava de utilizar termos “caros”, como por exemplo: eclético, beta-caroteno, entre outros.
Os nossos caminhos cruzaram-se ao longo dos anos e não foi só nas artes marciais.
Para acabar de dar graxa, este é o tipo que faz os comentários no programa “Fight Club” na Eurosport e por acaso, faz os trabalhos de casa, pois quando fala até que não diz asneiradas.
Estão vocês a pensar porque é que me estou a dar ao trabalho de falar de um tipo que faz Shito?
É simples, neste momento ele está a liderar um grupo de trabalho de Kyusho em Portugal, atenção…, para aqueles que já estão a ratar nas costas dele, eu disse liderar e não disse que ele é mestre de … .

Mas afinal o que é isto de Kyusho?

É simples, “Kyusho é a arte de matar apenas com a ponta dos dedos”, pelo que muito praticante de Kyusho, já morreu só de tirar macacos do nariz… Sorry could noy help myself!!!!

Agora a sério, Kyusho Jutsu significa “A arte da manipulação dos pontos de pressão”
Apesar de ser este o seu significado, muitas pessoas associam esta arte, como ataque aos pontos vitais do corpo humano.

Quando me dirigi ao grande monumento às casas de banho públicas, já contava que esta iria ser uma daquelas experiências dolorosas da vida de um artista marcial. Muitas pressões em sítios que um tipo nem imagina. Não fiquei decepcionado, de facto correspondeu à expectativa.

Depois de alguns dias de realização deste tipo de trabalho, fiquei a pensar em certos pontos e pormenores das Katas.
Seguindo o conselho de um determinado formador de FNK-P, devemos questionar o Karate que fazemos.
Será que o que fazemos é correcto?
Será correcto prendermo-nos apenas ás aplicações básicas?
Será que o que nos transmitem é realmente assim?
Só existe um caminho?
Bem… isso fica à consideração de cada um.
Depois vem o lado a que eu chamo, mais sensível.
Numa época em que temos a necessidade de quantificar, analisar e dar uma explicação física a tudo, será que as artes marciais são apenas o resultado de uma série de acções biomecânicas?
Deixo também à consideração de cada um.
Apesar de me considerar um céptico, senti uma certa curiosidade acerca desta arte e digo-vos que não me senti defraudado.

Gostei muito deste encontro, com bom espírito e vontade de descobrir.
Para a próxima vão ter de levar comigo novamente, isto se alguém me convidar de novo.