terça-feira, dezembro 06, 2005

O meu Karate???

Depois de 2 semanas e uns trocos, uns problemas com o computador e com o mail, cá estou eu novamente.

Nas duas semanas anteriores, tive a oportunidade de frequentar um curso de treinador de nível 1.

Este tipo de formação é necessário a qualquer indivíduo que esteja envolvido no processo de ensino/aprendizagem (bonito este nome, né?). No âmbito do karate assume maior relevo pois ao longo dos anos, todos fomos vítimas (e se calhar por vezes também autores inconscientes) de formas de ensino menos correctas devido à falta de formação.

Este é um facto que devemos assumir e urge, sempre que aplicável, corrigir formas menos adequadas de ministrar conhecimentos.

Apesar de grande parte dos formadores, serem possuidores de cursos superiores na área de educação física e desporto e advogarem que são contra o sentimento de “GANDE MESTRE”, que somos todos agentes de ensino e que rótulos de Sensei e Mestre não existirem no karate institucional, quase todos quando vestem o karate-gi, inconscientemente, deixam de ser Sr. Doutor para passarem a ser Sensei.

Quer queiramos quer não, devemos ter a consciência que praticamos uma arte marcial e que, apesar de este curso estar orientado para os agentes e futuros agentes de ensino, se deve ter a consciência que muitos dos prelectores e formandos são representantes de tradições que foram transmitidas ao longo de diversas gerações.

Não se podem dar apenas explicações biomecânicas e físicas ao karate que se faz hoje. É necessário pesquisar e essencialmente treinar da forma que nos é transmitida pelos grandes mestres, pois só assim é que poderemos um dia compreender o verdadeiro significado do karate.

Recuso aceitar que a kata Sanchin foi apenas criada para podermos controlar o medo, tal como recuso aceitar “apenas” as diversas explicações técnicas das bunkais.

Se o karate fosse apenas isto, pessoas como o Sensei Morio Higaonna não eram GRANDES.

Não vejo qual é a necessidade de catalogar, justificar, quantificar tudo o que existe no karate.

Se o que fazemos fosse apenas compartimentação e sistematização, nunca chamaríamos ao karate uma ARTE.

Devemos sim estudar, pesquisar e analisar as diferentes razões que levaram os mestres fundadores a transmitir o karate que conhecemos hoje.

Creio que desporto/karate possa de certa forma percorrer parte do caminho que nos leva à prática da nossa Arte. No entanto creio que é OBRIGAÇÃO da Instituição proteger o nome do Karate tradicional e não o relegar para segundo plano.
Para finalizar aqui vai uma dica do "baixinho":
"First, you have to train...
Second, you have to train…
Third, you have to train."

3 comentários:

Marco Mateus disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
Marco Mateus disse...

Absolutamente de acordo, meu caro! Absolutamente! Apetece-me dizer, desenvolvam a modalidade desportiva "karaté" mas não estraguem a arte marcial. Se o karaté conseguiu atrair tanta gente em tão pouco tempo de existência é porque contém algo em si que vai para além da simples prática desportiva. É por isso que num mesmo dojo podemos encontrar crianças, jovens, adultos e até mesmo idosos. Que modalidade desportiva tem esse condão?

Um abraço.

Marco Mateus

Anónimo disse...

Mestre gostei muito do seu blogge é super mega fixe e interesade beijo carla