Fim-de-semana 26 Novembro

Este fim-de-semana lá peguei na família e na bagagem e fui fazer o estágio da APOGK-Norte. Depois de atrasos e percalços lá cheguei, atrasado, mas cheguei! Para meu grande pesar, só pude fazer o treino de sábado de manhã, 2 horas de junbi-undo e hojo-undo (musculação). Este é um tipo de treino que muitas vezes descuramos e que é no entanto dos trabalhos mais importantes para o karate Goju ryu.

No final do treino, o Sensei Jorge Monteiro convidou os diversos instrutores presentes a frequentarem uma sessão de esclarecimento sobre iri-kumi.
De início ainda se pensou realizar uma parte prática. No entanto optou-se por efectuar apenas a parte teórica, pelo facto de muita gente não compreender bem o que é o Iri-kumi. Pretendeu-se assim desmistificar o conceito de iri-kumi estabelecido na mente de muito karateka por este país fora…porrada!!!!!...”wanna fight????”

Talvez caindo no erro de falar apenas por mim, vou arriscar e elaborar um pouco acerca da minha visão deste projecto.
Desde que comecei a treinar sempre ouvi falar de iri-kumi:
Que era um combate a rondar o que hoje se chama de “vale-tudo”;
Esta forma de combate era só para os “duros”;
Apenas os cintos negros podiam fazer esta forma de combate brutal;
Aqueles que sobreviviam eram considerados verdadeiros deuses, pois passavam a andar a dois dedos do chão, e por onde passavam eram lançadas flores para o chão, como verdadeiros gladiadores...desculpem... é o entusiasmo.

Adiante e falando a sério, esta forma de competição era vista como brutal e apenas para duros. Quando participei no Gasshuku Europeu de 1992 realizado em França, realizou-se pela primeira vez um Campeonato Europeu da IOGKF que, além da prova de Kata incluia a prova de Shobu-Ipon e Iri-kumi.
Fiquei super entusiasmado pois na altura fazia competição e ia participar nos campeonatos e ia ver o iri-kumi.

Depois de uma reunião preparatória elaboraram-se as equipas e convidaram-me para fazer parte da equipa de iri-kumi.
A mim???, um puto??? NÃÃÃ!!! Não podia a chegar a casa morto, se não os meus pais nunca mais me deixavam treinar (…boa desculpa para um gajo que estava todo ...pois.. a necessitar de uma fralda Dodot).

No dia da prova, após ter entrado nas minhas provas, lá estava eu sentado na primeira fila, para ver aqueles bravos.

Pois que se iniciou o primeiro combate e não se viu nada de especial.

Veio depois o segundo, a mesma coisa... mas afinal quando é que iria se aleijar alguém?

Quando é que alguém vai dar uma porrada em alguém?

Nada, nem uma chamada do médico.

Estando eu a ver estes “violentos” combates, fiquei a pensar no burro que tinha sido.

Devia ter-me inscrito caramba…fazia combates mais duros no ginásio com o Sérgio Repas e o Sensei Abílio (o meu mestre) e já tinha feito (leia-se, levado porrada) combates mais duros com o Sensei António (Toní) Pereira.

Que ótário fui eu!!!

Anos passados sobre esta triste experiência achei que se devia desmistificar isto do Iri-kumi. Depois de falar com o Sensei Veiga e com a autorização do Sensei Jorge Monteiro, decidiu-se avançar com um projecto sobre as regras de Iri-kumi.

Apesar de ainda não existir um regulamento definitivo, a IOGKF traçou um documento orientador para que todos os países membros pudessem realizar os seus próprios regulamentos, consoante a sua realidade técnica e social.

Apesar das nossas regras já estarem definidas, não consideramos que esteja encerrado um capítulo nesta matéria, por isso achamos ser pertinente que todos colaborem na elaboração das mesmas.

Por esta razão, gostaria que respondessem às seguintes questões:

1. Tem conhecimento das regras de Iri-kumi?

2. Acha que é importante realizar provas de Iri-Kumi?

3. Acha que a APOGK devia organizar regularmente provas de Iri-kumi?

4. Acha que se deviam organizar torneios infantis (com regras especialmente adaptadas)?

Faça um comentário.

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Uma nota de atenção. No dia 19 de Novembro realizou-se a grande final de K-1 em Toquio (Japão).
Atletas como Ray Sefo (kick-boxing), Remy Bonjasky (thai boxing), Hong-Man Choi (wrestling), Jerome Le Banner (kick boxing), Glaube Feitosa (karate) que substituiu por lesão o atleta Peter Aerts (thai boxing) na meia-final, Musashi (karate), Ruslan Karaev (kick boxing) e Semmy Schilt (Karate) estiveram presentes nesta fase final desta prova de referência dos desportos de combate.
A grande vitória foi do karateka Semmy Schilt que na final encontrou Glaube Feitosa, outro karateka. Desta forma, o karate ganhou (mais uma vez) um lugar de destaque nos desportos de combate. Para aqueles que estiverem interessados em ver estes combates, estes serão provavelmente transmitidos no dia 22 de Dezembro no programa Fight club da Eurosport.


E já que se fala de Fight club, o Sensei Ricardo Gama está a organizar um encontro de Kyusho jutsu. É o primeiro encontro do tipo em Portugal e se estiverem interessados em saber mais sobre pontos vitais, contactem-no através do e-mail (gama235@gmail.com).




Noriyuki "Pat" Morita
28/06/1932 - 25/11/2005