segunda-feira, janeiro 29, 2007

Bunkai (3)

Mais um fim-de-semana de Kyusho.
Realmente uma coisa é falar de toiros, outra é toureá-los.
Pode-se falar muito daquilo que se vê, no entanto sentir é apenas para aqueles que tem a coragem de experimentar.
Parabéns ao novo grupo de Gouveia e sejam bem vindos.
Muito obrigado pela presença do meu amigo Jordão, bem vindo.

Bunkai (3)

Aplicações Livres (Oyo Bunkai).

Neste conceito de aplicações, deve-se respeitar o desenho técnico do movimento da Kata na sua generalidade. No entanto há quem ache que é tudo à brava e o que interessa é o resultado/imagem final.

Por exemplo, voltando à Kata Seiyunchin, no movimento em que se executa o Hiki-uke mais o Hira-nukite, na minha opinião deve-se respeitar a direcção do nukite, pois essa é a mensagem que é transmitida. No entanto existem certas aplicações que são feitas com as costas das mãos. Se está mal?
Não, pois é mais informação que o nosso cérebro assimila e por conseguinte é mais uma solução para uma possível resposta a uma agressão.
No entanto e na minha humilde opinião devia-se respeitar a mensagem que nos é transmitida através dos tempos (tradicionalmente).

Uma das aplicações que agora me estou a lembrar, é a aplicação da Kata Geki-Sai, na parte do Shuto, uma técnica que o Sensei Teruo Chinen utiliza com alguma frequência (pelo menos é a impressão que fico quando vejo os vídeos no Youtube e um treino que fiz com ele) é o Juji-gatame após o Ashi-barai. Neste caso na minha opinião o movimento base é respeitado, a parte final não é neste caso relevante, pois toda a técnica foi efectuada.

No entanto pode haver pessoas que poderão dizer que o Juji-gatame não está na Kata, ao qual eu respondo, pois não, mas o movimento de pernas que fazemos para ganhar o Heiko-dachi/Ashiji-dachi a que vulgarmente chamamos de Ashi-Barai, pode significar isso mesmo (um varrimento) ou então um Kakato (pisão). Por isso essa técnica não é rígida quanto ao seu “timing” de execução. Mais uma vez o que interessa na Kata é o princípio que está implícito na técnica.

Em jeito de finalização, a qualidade de um artista marcial vê-se pela sua capacidade de improvisação perante situações inesperadas, pela sua capacidade de criação/visão das técnicas. Não que eu ache que ainda exista muito para criar/inventar, no entanto deve-se manter um espírito aberto de forma a tornar o conhecimento mais vasto.

Até a próxima, se não for antes.

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